Dois pescadores dormiram
sobre a jangada
Aportada nas areias da praia
de Pirangi.
Ainda não raiara o dia quando
se lançaram
Ao
mar,
Fiquei a observá-los. E no
computador lia
As
últimas notícias.
“O presidente Bush não sabe
que no Brasil há negros”
“Maluf desmente conta na
suíça. Embora confirme
Sua
assinatura.”
“Aumenta o número do trabalho
escravo no mundo”
Raiara o dia e o sol provocava
luz e sombra no mar.
Corri a praia para vê-los
chegar, com seus bonés brancos
E
camisas vermelhas.
Faziam movimentos de linhas
entrelaçadas, arabescos, círculos, rabiscos, belos de pintar.
Jogaram os peixes na areia e
dividiram entre eles e outros
Necessitados.
As espumas das águas vinham
lhes tocar.
Tive pena de mim por ter um
computador e não saber
Jangadear.
E nunca ter dividido peixes.
E, sob a luz do sol
Ser, apenas uma garatuja.
E chorar... E chorar quando
os americanos bombardeiam
Sem
piedade
Os céus da cidade de Faluja.
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