FREDERICO
Frederico,
Hum!
Frederico…
Era
um amigo meu que por falta de destreza,
Perdeu-se
no mundo. No abismo da beleza
Que
contem toda alma boa, pura…
Frederico
sorria das dores, zombava das desgraças
Não
existia o mal. Para ele as borrascas,
Eram
estímulos à sua amargura…
Frederico,
Hum!
Frederico…
Pálido
cândido ao extremo, otimista.
Pensava
que os rubis, diamantes, ametistas,
Se
encontravam em qualquer pedreira.
A
todas conquistava e o cultivo do belo,
Fora
o seu maior empenho. Este anelo
Levou
Frederico a desgraceira.
Mas…
Apesar
disto…
Eu
gostava de Frederico…
Frederico
Coitado!
Frederico…
Certa
vez encontrei, era tarde noite quente,
Ele
andara 3 léguas – Frederico! Já lhe digo,
Repliquei
aborrecido, deste presente
O
teu último vintém ao primeiro mendigo!…
Frederico
sorriu,
Encabulado.
Frederico…
Pobre
Frederico!
Calças
largas, camisas mal passadas,
Seu
estômago, coitado em certa madrugada,
Não
sentia o peso do café.
Todos
desfrutavam suas venturas.
Aos
amigos: livros, dinheiro, pinturas
Ao
vizinho: o sapato grande do seu pé.
Frederico,
Pobre
Frederico…
Pronto!
Agora
Tudo
acabou.
Frederico
morreu. Desconheço quais obreiros
O carregam. Apenas sei, quatro coveiros
Que
herdaram velhas calças, camisas, sapatos.
E
agora Frederico? – os sorrisos comprados
Noite
de frio, dias de sofrimentos, mal grados
Em
prol de amigos e parentes ingratos?
Eu,
que de passeio
A
sua campa
Sempre
digo:
Frederico!
Frederico!
Olha!
Uma
coisa vou te confessar:
Não!
Não!
Nem
penses em elogios
Nem
dizer que fostes santo,
Ou
de sentimentos ricos!…
E
que o homem, camarada,
Nasce
bobo e por nada
Quer
amigo.
Somos
tolos…
Somos
tolos…
Teu
retrato
Frederico!
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