PARA ESPANTAR TRISTEZA
Ninguém
que assumir o compromisso do
Enlaçar
as mãos
Ninguém
quer assumir o compromisso do
Repartir peixe e
pão.
La
fora um galo canta, um canto triste de cantar
Sozinho,
E
o homem passa um passo pouco de passar
Mesquinho.
Deuses
distantes desta terra d' homens
Descompromissados.
Não
falem coisas que a tristeza tece
Prece
Messe
Não
falem coisas que não tem apreço
Preço
Tropeço
Não
falem coisas que o sangue arroja
Soja
Camboja
Não
falem coisas que não tem valor
Dor
Amor
Não
falem coisas que da nos piedade
Orfandade
Liberdade
Não
teçam tristezas, não falem de guerras
Eras
Feras
Não
falem de coisas que a morte consome
Nome
Fome
Falemos
de coisas
Que
nós já não temos
Que
nós já perdemos
Tentando
mudar.
Luares,
falenas,
Fandangos,
avenas,
Canções
de ninar.
Das
noites de prata
Das
nuvens de nata
Do
cheiro gostoso
Tão
simples, mimoso,
Que
tem o alecrim.
Cadeiras,
calcadas,
Meninas
rendadas,
Rapaz
de carpim.
Da
água de bilha
Da
benção da filha
Que
nós já esquecemos
De
abençoar.
Podemos
falar,
Violas
Zabumbas
Marimbas
Pandeiros
Congadas
Cheganças
Reisados
Podemos
cantar
"O
lá da proa
O
lá da proooa"
Não
falem coisas que a tristeza tece
Que
nós entristece
Que
não tem apreço
Que
o sangue arroja
Que
dá-nos piedade
Que
a morte consome
Preço
Camboja
Liberdade
Fome
Não falem coisas que já não
tem valor
O amor
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